PROLETARIADO
Pela manhã, no coletivo lotado
De pessoas com coração e mente
Percebo os que estão ao meu lado
E que juntos, estreitamente,
Partilhamos mais uma jornada
Do cotidiano que, comumente,
É igual, sem ser equivocado
Pois nos leva a todos, novamente,
O poderoso proletariado,
Ao abrigo do trabalho, eficazmente,
Pois, à dádiva do mundo capitalizado,
Não devemos nos voltar erradamente.
As pessoas estão lá; eu colaboro
Para que a pressão, entre nós, aumente
A lotação se mostra esgotada
Mas reagem apenas silenciosamente.
O silencio se tornou normatizado
A aceitação do inaceitável é simplesmente
O sinal de que a mente, mesmo acordada,
Não é desperta para o mal eficiente.
O que é de todos, nunca é respeitado
O individual, porém, naturalmente
Se impõe, temido e desaforado
E acaba por plantar sua semente.
E o proletário sucumbe atordoado
E chega a se achar culpado da corrente
Que não lhe permite ser aquinhoado
Com os frutos do produto que implementa.