PROLETARIADO

Pela manhã, no coletivo lotado

De pessoas com coração e mente

Percebo os que estão ao meu lado

E que juntos, estreitamente,

Partilhamos mais uma jornada

Do cotidiano que, comumente,

É igual, sem ser equivocado

Pois nos leva a todos, novamente,

O poderoso proletariado,

Ao abrigo do trabalho, eficazmente,

Pois, à dádiva do mundo capitalizado,

Não devemos nos voltar erradamente.

As pessoas estão lá; eu colaboro

Para que a pressão, entre nós, aumente

A lotação se mostra esgotada

Mas reagem apenas silenciosamente.

O silencio se tornou normatizado

A aceitação do inaceitável é simplesmente

O sinal de que a mente, mesmo acordada,

Não é desperta para o mal eficiente.

O que é de todos, nunca é respeitado

O individual, porém, naturalmente

Se impõe, temido e desaforado

E acaba por plantar sua semente.

E o proletário sucumbe atordoado

E chega a se achar culpado da corrente

Que não lhe permite ser aquinhoado

Com os frutos do produto que implementa.

NINFEIA G
Enviado por NINFEIA G em 24/03/2009
Reeditado em 29/05/2009
Código do texto: T1503674
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