DESALENTO DE UM PESCADOR
Meu fiel, doce e sereno mar
Deixe-me falar com essa doce sereia
Que seduz com sua beleza além mar
O pescador que mora na areia
Diz-me sereia, pra seu trovador
Que sofre diante desse horror
Quem pôde fazer essa maldade
A quem só lhe da serenidade?
Quanto peixe eu vejo sem vida
Mais uma vez a natureza agredida
Quem seria capaz de tanta matança
Deixando a todos em desesperança?
Diz-me amante e sedutora sereia
Que habita em nosso doce mar
Quem matou até a doce lampréia
Que comigo queria namorar?
Ah, já sei minha amada sereia!
Foi o homem sem coração
Que fazendo seu pé-de-meia
Destrói a natureza sem compaixão.
(Este poema é parte integrante do conto "DOCE VILAREJO" de Maria Barros)