A Vida que não Grita

Há um mundo lá fora

E eu aqui presa em minhas distorções de realidade

Com minha cortina a me separar, à me enclausurar

Distorções de visão, de valores , de sensações

Distorções que não alcançam âmago da alma.

Viver sem ter o coração à bater, é viver à margem de mim mesma

Vivo separada do mundo, não me sentir acolhida

Não sou o melhor o melhor aconchego.

Eu sou somente eu, e portanto cada ser é um ser só em si mesmo.

Então, sinto que não estou viva

Estou unicamente passando pela linha da vida

Respiro, mas não pulso

A vida não grita em mim.

Me obrigo à levantar as cortinas de minha fúnebre realidade

Arranco esse véu em que todos os dias me sufoquei.

Encontro o amor próprio, o amor ao dia simples

A felicidade no simples viver.

Nessa rede da vida que se alimenta, se sustenta

Descubro que somos todos um.

Não há separação.

Nunca houve.