OS INFANTES

Somos muitos, seremos quantos

Amanhã e depois de amanhã?

Somos bastante para que tantos

Se voltem e finalmente nos percebam?

Quantos teremos que ser nos pontos,

Nas paradas, nas esquinas, onde todos estejam?

Como chamar a atenção, podemos

Para tocar os que se esgueiram

Para a multidão que somos

Por não haver os que embarcam,

De verdade, nessa nau que encharcamos

Com nossos corpos famintos que escancaram

A miséria de nossas vidas! Clamamos

Pelas vozes e ações que nunca marcaram

Nossa rotina de exclusão; esperamos

Pelo impossível. E prosseguimos

Em nossa infeliz romaria!

NINFEIA G
Enviado por NINFEIA G em 23/03/2009
Reeditado em 29/05/2009
Código do texto: T1501241
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2009. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.