FALSÁRIOS DA LIBERDADE
Nossos rios, povos, cidades e esperanças...
Só serão avaliados em época de eleição.
Os impostos recolhidos nas infindáveis alianças...
E os ais dos eleitores, nessa triste interjeição.
Rios transbordando os lamaçais da vergonha,
Que o bendito suposto logrou como patrimônio,
E justifica-se aos inconscientes, na carantonha...
Na cara dura, e nunca fará um só pandemônio...
E, para completar essa infinita incompreensão,
Com os risos estampados em fotinhos e folhetos,
E transmutando até mesmo na liga da oposição...
Nas propinas indecorosas em seus panfletos...
Mas, a eleição é verdadeira peregrinação,
Co’os santinhos que circulam para a cesta básica...
E farão brotar na irreal lavoura da abonação
Dos homens de bens, e homens de Deus na basílica,
Chorando a dor da injustiça que os acompanhará
Por toda a vida, por toda a eternidade, numa cruel
Penitência sobre a mentira e a custódia no alvará
Da vergonha, que o sorrateiro não paga um níquel.
Ó injustos!... Na epopeia vergonhosa da perversidade...
Falsários da liberdade em clãs de lenta miscigenação...,
Nos escombros escondidos, na improfícua desigualdade,
Que os metodistas aceitam em conformidade e adoração.
Novembro de 2007.