Menina Pretinha

A tribo está de luto

A mãe chorou

O solo ficou bruto

O feijão ficou duro

O milho murchou

A aldeia entristecida

Correu compadecida

Até as margens do rio

O tumbeiro partiu

Sem nenhum aceno sumiu

As lagrimas rolou

Da menina pretinha

Que o navio levou

E quando aportou

Foi logo acorrentada

E sendo apalpada

Foi vendida como escrava

A futura Rainha Nagô

Os anos se passou

E a menina pretinha

Transformou-se

Nessa que pede no sinal

Que vende doce em troca de real

Que é mãe aos treze

Que para de estudar aos doze

Que aos onze já esqueceu de sonhar

É! Menina.

A lua te olha tristonha

Mas fica ansiosa

Pois não ver a hora de você reinar.

Assumir sua marca quilombola

Assumir as suas linhas na história

E ver seus olhos brilhar.

10/02/2005

MJIBA
Enviado por MJIBA em 05/05/2005
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