Palhaço
Ah! Palhaço
Sei que já não há inspiração
Vejo em seu mundo esse abismo profundo
Que afasta a razão
Sinto a alegria se dissipando
O amor abandonando
Nem mais um brilho, diversão
A tristeza soberana
Impiedosa apaga a chama
Da reconciliação
Ah! Palhaço
Tenha a última esperança
Ria, mesmo que sem graça
Sacuda os sonhos, não os deixe às traças
Aflore em ti o vigor de uma criança
Me ajude então nessas esquinas
Ruas, faróis
Seja nesta vida a chama que me ilumina
Quero rolar de alegria
Mas que não seja pelo chão
Gargalhar longe da praça
Tirar dinheiro, mas da minha calça
Não quero criar revolta no "ilustríssimo cidadão"
Quero apenas deixar as sarjetas
Dessa sociedade movida à circo e pão