Favela, Mulher!
Favela, mulher corajosa!
Nem criança, nem idosa
Nas mãos flores e lanças
No olhar constante esperança.
Favela, mulher maravilhosa!
Nem arrogante, nem orgulhosa
Muitas vezes parceira na dança
Outras solitária nas andanças.
Nas escadarias de tua geografia
Correndo feito menina
Seu sorriso espada que desafia.
No coração passou parafina
Abraça o caráter que não desfia
Já a face encharcou de purpurina.
Publicado na Antologia Negrafias, 2008.