Meus pequeninos
Meus pequeninos
andam perdidos diante de tanto
aflição!
Rejeitados da felicidade,
vivem tentando imitá-la.
Mas a angústia e a maldade,
dizem, aos meus frágeis meninos,
que é somente o desespero que os espera.
Seus olhos representam a dor maior
que há: a dos inocentes anjos,
desamparados pela humanidade desumana,
que quer convencê-los
(e há muitos convence), que não há futuro,
para eles, no paraíso;
Que o paraíso pertence aos "escolhidos".
Como se Deus, num ato de profunda crueldade,
nunca os tivesse querido.
Como se tivessem vindo à força e
não por criação divina;
Como se fosse pecado nascer desafortunado,
rejeitado, esquecido.
Ah,meus pequeninos! Acolho o sofrer
que há na alma desses inocentes
e devolvo em forma de canteiro
vivo: sorriso, carinho, amor.
E, quem sabe, por alguns minutos,
faça-os esquecer tamanha dor!