Elena
Entenda, Elena,
A vida é curta,
A estrada é pequena
E a alegria plena se esconde em cada trilha escura
Entenda, Elena,
A cova é funda
E a sala é imunda
E uma sombra obscena paira e tudo inunda
Entenda, Elena,
São muitas as quedas
Mais ainda são os buracos
Mas o que vale são seus passos nos caminhos do acaso
Porque Elena, entenda
Se a queda é muito brusca,
Se o espinho é muito grande
Ou se a dor é muito forte
Se o caminho em si é a busca
E o descaminho é o mal da morte
Então, Elena, entenda
O que esse não-poeta canta
Que não importam os que caem e não berram
Por que a vida não é dos que não erram
Mas sim dos que caem e se levantam