VERACIDADE

De que é feito o homem
senão da própria terra,
da relva que vegeta,
dos seus próprios dejetos
postos a esmo sob seus pés.
De que é feito o homem senão
da sua própria iniquidade,
do seu saber pelas trilhas da destruição.
De que é feito este homem que fala, se
conduz em busca das escadas,
dos degraus que o levam ao poder?
Quem é este homem que não conhece,
apenas desconhece o semelhante?
Donde vens criatura torpe que vagueia,
que aspira o ar poluído criado por vós?
Afinal, também sou este verme,
este projeto de infâmias,
mal transposto pelas entranhas da pobre
e incrédula mãe que também se fez,
se criou neste vestígio de humanidade;
poluindo isto que chamam de vida
com a fumaça detestável deste objeto;
humanidade!