PALMAS À VIDA QUE NEM VIVEU - Um grito poético contra o Aborto

No reino da moral em decomposição, honras e glórias são privilégios burgueses;

Com velas e banquetes aos seus deuses, andores pelo ventre e não no coração;

Por isso o amor é mera aferição e altares são erguidos para os próprios interesses;

Onde mártires sacrificados por tantas vezes, jamais tiveram chance de contestação!

Eis a razão do meu poema propondo aplausos em prol da digna semente;

Que poderia ter vingado nobremente, muito melhor que toda foice desumana;

Almas canalhas sobre imunda cama, gente que é bicho que mata sua gente;

Que aborta seu ramo descendente e dorme ao travesseiro indecente que lhes engana!

Viva essa força que viria! Quem sabe um poeta, talvez um nobre guia;

Quem sabe alguém que lutaria contra a maldade que não lhe deixou lutar;

Viva todas as vozes que não puderam cantar! Viva os sorrisos que não viram a alegria!

Viva o artista que pintaria um mundo sem infanticídios para se pintar!

Eu jogo pedras pontiagudas nos telhados da maldade;

Meus versos guerreiam contra a sociedade, pedem cultura pra cuspir na escultura;

Lanças depravadas não violam sua armadura, que não atura a pervertida intelectualidade;

Despejam luzes de incômoda verdade na mortalidade de uma vergonha obscura!

“O aborto é a única subtração de vida consentida em que se pune covardemente a vítima maior”

Reinaldo Ribeiro
Enviado por Reinaldo Ribeiro em 03/02/2009
Código do texto: T1419993
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