PALMAS À VIDA QUE NEM VIVEU - Um grito poético contra o Aborto
No reino da moral em decomposição, honras e glórias são privilégios burgueses;
Com velas e banquetes aos seus deuses, andores pelo ventre e não no coração;
Por isso o amor é mera aferição e altares são erguidos para os próprios interesses;
Onde mártires sacrificados por tantas vezes, jamais tiveram chance de contestação!
Eis a razão do meu poema propondo aplausos em prol da digna semente;
Que poderia ter vingado nobremente, muito melhor que toda foice desumana;
Almas canalhas sobre imunda cama, gente que é bicho que mata sua gente;
Que aborta seu ramo descendente e dorme ao travesseiro indecente que lhes engana!
Viva essa força que viria! Quem sabe um poeta, talvez um nobre guia;
Quem sabe alguém que lutaria contra a maldade que não lhe deixou lutar;
Viva todas as vozes que não puderam cantar! Viva os sorrisos que não viram a alegria!
Viva o artista que pintaria um mundo sem infanticídios para se pintar!
Eu jogo pedras pontiagudas nos telhados da maldade;
Meus versos guerreiam contra a sociedade, pedem cultura pra cuspir na escultura;
Lanças depravadas não violam sua armadura, que não atura a pervertida intelectualidade;
Despejam luzes de incômoda verdade na mortalidade de uma vergonha obscura!
“O aborto é a única subtração de vida consentida em que se pune covardemente a vítima maior”