G A R I
Demanhezita, calor, frio, vento malvado,
chuva - mãos enregeladas, quentes -
seguem aos gritos pra desfarsar
suas angústias - café mal-passado -
grandes sujeitos - bravas gentes -.
Com fome, mesmo um café preto, ralo,
muito magro - com pão ?
Ó pai ! Tende bondade da minh`alma
egoista, rude e pouco entendedora do pialo
que faço neste instante, porque senão...
Nem sempre dinheiro pra o transporte.
Todo dia está a sua porta limpando
as sujeiras e coisitas mais
de todo cuera acrioulado de sorte
faz. Ó pai ! Ajuda-me pra ir cooperando.
Que vergonha minha gente ! O gari
merece um tratamento que esquecemos
na total verdade de fazê-lo.
Agradá-los, não quer dizer que brincamos
de presenteá-los a cada Natal, viste guri !
No decorrer dos dias, dos tempos,
quem fez alguma coisa por eles ? Acorda !
Eu, você tem feito algo mercedor
pra tua paz interior ? Te aquietes, os ventos
retornarão em algum dia e recorda.
Recorda e lembra - o gari - a cada dia
porque do contrário - deixes como está -
continuarás o mesmo ambicioso
e mal agradecido do trabalho e a alegria
que este ser faz a sua volta - pra se consultá -.
O que digo por agora são cobranças
sim. Pra que você lembre no justiçado
n`algum dia daqui pra frente.
Estes seres ganham pouco. Perseveranças ?
É o que mais eles têm em demasiado.
Não custa nada a benquerança
a estes seres e a cada fim
do mes - um agrado - do coração
e nada obrigado - como recompensa -
noutro dia. Seremos felizes sim - enfim -.
Do escrevedor de versos: tabayara sol e sul