DESABAFO

Um mundo louco e funesto

Este que se demonstra à janela

A mão que brinca, mata

A mãe que chora, fere

A dor em pirilampos

Pipocas de chumbo quente

Não há inocentes nem culpados

Há apenas, sem mentes,

dementes, dormentes, dormindo

Mundo embebido em breu

Verdes cédulas quentes

Frias intenções urgentes

Felicidade em caríssimos frascos

Fumaça de enxofre envolvente

Meninas em exposição

Com bonecas nas mãos

Sorrisos de velhas ardentes

Mundo de comiseração

Quem pede ouvidos, se cala

Quem cala, consente

Cegueira em semáforos

Fogueira indigente

Índio também queima como gente?

Mundo em decomposição

Genética efervescente

Orelha em lombo de rato

E rato comendo gente

E o mundo louco e funesto

Amanhece indiferente

Como se o dia fosse novela

Imperdível capitulo

“Depois das nove se abraça e se beija,

Antes nem pensar”

Cabe salientar, e alertar

Que este mundo ai, a nossa frente

Hoje pode deitar tranqüilo

Amanhã quem sabe

Nem desperte.

Ita poeta
Enviado por Ita poeta em 30/01/2009
Código do texto: T1412465
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