Menino da estação

Vejo-o todos os dias, maltrapilho,

Chinelos de dedos esgarçados,

Na mão produtos baratos,

Menino pobre, vendendo na estação.

Caminha cabisbaixo por entre a multidão,

Apregoa seus produtos, doces chicletes, cartões,

Recolhe as míseras moedas e continua seu plantão,

Caminhando cabisbaixo na plataforma da estação.

Na rua em que ele mora, meninos rodam pião,

Empinam papagaio, jogam bolinhas de gude no chão,

Chutam bolas de couro, pulam corda, vida, diversão,

Mas o menino coitado, vende produtos baratos,

Na escadaria da estação.

Menino pobrezinho, na dura lide do pão,

Cabelos em desalinho percorre a multidão,

Conta as pequenas moedas,

Volta o troco, não chora, não reclama,

Menino esquecido na passarela da estação.

Guilhermino, 26 de janeiro de 2009.

Guilhermino
Enviado por Guilhermino em 26/01/2009
Código do texto: T1406333
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2009. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.