Menino da estação
Vejo-o todos os dias, maltrapilho,
Chinelos de dedos esgarçados,
Na mão produtos baratos,
Menino pobre, vendendo na estação.
Caminha cabisbaixo por entre a multidão,
Apregoa seus produtos, doces chicletes, cartões,
Recolhe as míseras moedas e continua seu plantão,
Caminhando cabisbaixo na plataforma da estação.
Na rua em que ele mora, meninos rodam pião,
Empinam papagaio, jogam bolinhas de gude no chão,
Chutam bolas de couro, pulam corda, vida, diversão,
Mas o menino coitado, vende produtos baratos,
Na escadaria da estação.
Menino pobrezinho, na dura lide do pão,
Cabelos em desalinho percorre a multidão,
Conta as pequenas moedas,
Volta o troco, não chora, não reclama,
Menino esquecido na passarela da estação.
Guilhermino, 26 de janeiro de 2009.