COM PÓ DE GIZ

ANDAVA PELAS RUAS DO MUNDO

AO DOBRAR UMA ESQUINA PERCEBI

QUE MEUS CAMINHOS NÃO ERAM OS DE VIELAS

AQUELES DE MÃO ÚNICA, SÓ DE IDAS

PRECISAVA DE VIAS DE MÃO DUPLA

MEU DESIGNIO ERA COMPARTILHAR

OLHEI RUMO AO HORIZONTE

AVISTEI MONTANHAS SINUOSAS E LADEIRAS INGRIMES

MAS, ERA NO POENTE ONDE QUERIA DEIXAR TODA GENTE

MESMO QUE FOSSE UM POR VEZ

LÁ,ONDE DORME O SOL E FORESCEM BELOS JARDINS

SEGUI EM FRENTE

DEPAREI-ME COM PEDRAS ANTI-FILOSOFAIS

QUE ATRAVANCAVAM OS PASSOS.

COMO O ANDAR ERA O DE MÃOS DADAS

JUNTOS CONSTRUÍMOS PONTES

ASSIM TOCAMOS O SOLO DAS OUTRAS MARGENS

POR ONDE TRILHAMOS, EDIFICAMOS

RASTOS QUE MARCAM UMA TRAJETÓRIA DE CONSTRUÇÃO

ERIGIMOS CASTELOS, CULTIVAMOS JARDINS SUSPENSOS,

OFICIALIZAMOS TRIBUNAIS E COBRIMOS SIMPLES TELHADOS

TODOS FEITOS COM PÓ DE GIZ

HOJE, AO OBSERVAR O QUANTO ANDEI

NOTO QUE CAMINHEI EM CIRCULOS

E SEGUREI EM MÃOS DIVERSAS

O PERCURSO ERA O MESMO E TÃO DIFERENTE!

MAS, O NAVEGAR É SEMPRE PRECISO...

VELEJANDO LADRILHAMOS NOSSAS RUAS

UM MOSAICO FICOU TECIDO NO CHÃO

CICATRIZES DE APRENDER E ENSINAR

LAÇOS QUE ALUMBRAM MESMO NA ESCURIDÃO.

FOI ASSIM QUE DESCOBRI QUEM ERA EU

UM FAROL QUE ORIENTA NAVEGANTES APRENDIZES

PARA O CAMINHO DAS ÍNDIAS

O EDUCADOR E O LUME DAS DESCOBERTAS.

ODILMAR DIAS DA SILVA
Enviado por ODILMAR DIAS DA SILVA em 26/01/2009
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