COM PÓ DE GIZ
ANDAVA PELAS RUAS DO MUNDO
AO DOBRAR UMA ESQUINA PERCEBI
QUE MEUS CAMINHOS NÃO ERAM OS DE VIELAS
AQUELES DE MÃO ÚNICA, SÓ DE IDAS
PRECISAVA DE VIAS DE MÃO DUPLA
MEU DESIGNIO ERA COMPARTILHAR
OLHEI RUMO AO HORIZONTE
AVISTEI MONTANHAS SINUOSAS E LADEIRAS INGRIMES
MAS, ERA NO POENTE ONDE QUERIA DEIXAR TODA GENTE
MESMO QUE FOSSE UM POR VEZ
LÁ,ONDE DORME O SOL E FORESCEM BELOS JARDINS
SEGUI EM FRENTE
DEPAREI-ME COM PEDRAS ANTI-FILOSOFAIS
QUE ATRAVANCAVAM OS PASSOS.
COMO O ANDAR ERA O DE MÃOS DADAS
JUNTOS CONSTRUÍMOS PONTES
ASSIM TOCAMOS O SOLO DAS OUTRAS MARGENS
POR ONDE TRILHAMOS, EDIFICAMOS
RASTOS QUE MARCAM UMA TRAJETÓRIA DE CONSTRUÇÃO
ERIGIMOS CASTELOS, CULTIVAMOS JARDINS SUSPENSOS,
OFICIALIZAMOS TRIBUNAIS E COBRIMOS SIMPLES TELHADOS
TODOS FEITOS COM PÓ DE GIZ
HOJE, AO OBSERVAR O QUANTO ANDEI
NOTO QUE CAMINHEI EM CIRCULOS
E SEGUREI EM MÃOS DIVERSAS
O PERCURSO ERA O MESMO E TÃO DIFERENTE!
MAS, O NAVEGAR É SEMPRE PRECISO...
VELEJANDO LADRILHAMOS NOSSAS RUAS
UM MOSAICO FICOU TECIDO NO CHÃO
CICATRIZES DE APRENDER E ENSINAR
LAÇOS QUE ALUMBRAM MESMO NA ESCURIDÃO.
FOI ASSIM QUE DESCOBRI QUEM ERA EU
UM FAROL QUE ORIENTA NAVEGANTES APRENDIZES
PARA O CAMINHO DAS ÍNDIAS
O EDUCADOR E O LUME DAS DESCOBERTAS.