poema para: menino da rua
aglomerado em meio a multidão
desmontado os pedaços amontoados
um braço na sarjeta
um pé no vagão
a boca e o coração no chão
ainda batendo
resmungando algumas palavras incompreensíveis
pedia água
pedaço de pão
dá uma moeda tia, eu num vou mentir
vou cheirar cola mesmo
é a única coisa que espanta o frio que faz aqui
dentro da minha cabeça
meu cérebro morreu
faleceram minhas vontades de ser normal
passo o dia na rua
fumando maconha
cigarro
cheirando cola
comendo veado
atrás de um estrago
por meio maço
chorando escondido
com medo da vida
essa já não domino
minhas vontades e necessidades
vencem a consciência
o desperdiço me alimenta
me ignore até cuidar seu carro
sou invisível
em meio a sujeira da babilônia
puxe assunto
seja agradável
me dê um trocado
tenho que me manter drogado
acordado estarei fadado
a morte
fracassado
meu destino
foi é ser derrotado...