ANDARILHO
Olha o andarilho de novo no parque,
procura um trabalho, que nunca encontrou.
Queria ao menos um pedaço de pão...
Que fosse até duro, pois já acostumou,
nesta vida de pedinte, comer vez que outra,
o pão que o diabo amassou, com os pés ou mãos,
tanto faz, tanto fêz, sobreviver já era lucro!
Olha o andarilho de novo no parque,
Preparando a cama para descansar,
no banco demarca todo seu território...
com jornais velhos e alguns papelões.
Não tem mêdo de ladrão, de guarda o fiel viralata.
E, para não ser incomodado, um fone no ouvido..
Faz o silêncio ideal, para dormir sossegado,
O seu sono matinal, "o sono dos inocentes."