CHACINA DA CANDELÁRIA

Que triste névoa a cobrir meu pranto,

Ao avistá-los tresnoitados e tristes,

Buscando mãos iguais às suas...

Cheirando cola e comendo vento.

Que triste sina de viver errante...

Pária de um mundo, cruel, fronteira,

Se o hoje é o ontem, igual ao amanhã,

De uma sociedade nojenta e injusta.

Fazem banquetes nas latas de lixo/luxo,

Quando encontram o que comer...

Seus dias são noites, as noites sem fim,

Serão os "Pixote's" se amanhecerem.

Meninos de rua, no drama da vida,

São tantos que crescem, sem rumo certo,

Apenas esperança de sobreviverem...

No resplendor da vida o encontro com o fim.

Pelos caminhos a procura é incerta,

Ao final de um ato só muda os atores,

E no palco da vida do teatro Brasil,

A saga da morte, num cenário de dor.

WILSON FONSECA
Enviado por WILSON FONSECA em 17/04/2006
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