A GUERRA SOU EU

Lá fora o mundo está em guerra e aqui convém nos resolvermos

Para entretermos o resto de prudência com o essencial já esquecido

Sentir orgulho do ego ferido, amar a posse do nada termos

O bem que falamos de fato vivermos, rever o valor que jaz perdido!

A guerra pelo mundo não passa de um reflexo dos meus confrontos

Os bombardeios são meus desencontros, de instinto e sentido armados

Todos somos culpados, pagamos a menos e pedimos descontos

Humanos que não estão prontos - vorazes monstros civilizados!

A guerra é bem aqui, onde nasce a ambição mais arbitrária

Toda vertente contrária não vai subsistir se pretender nos resistir

Na igreja choremos, no dinheiro vamos sorrir - segue a tropa canalha

Dona da vida a que nem valha, cega para com o destino a lhe punir!

Eu choro as crianças sofridas, eu sinto a dor dos civis desesperados

Agonizo com os refugiados, sofro pelo sangue inocente que morreu

Quem plantou ou mereceu, são lágrimas relativas de opostos lados

Não há inimigos e nem aliados - a guerra sou eu!

"Ao se fecharem os portões atômicos do descaráter, todos os campos minados serão frondosos jardins" (Reinaldo Ribeiro)

Reinaldo Ribeiro
Enviado por Reinaldo Ribeiro em 24/01/2009
Reeditado em 15/04/2011
Código do texto: T1402673
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