REVOLTA POR UM JULGAMENTO

( a um ladrão que é

e foi tão vítima

quanto a sua vítima)

Corre! Corre! Pega! Pega!

Fugindo por entre os carros,

Veículos de indiferença,atônito, Ele se entrega

E é surrado pela crença de homens de barro

Que se acham juízes, e ainda insatisfeitos,

Distribuíram socos de ignorância,

Pancadas e pontapés de preconceito...

E Ele ali, abandonado,caído,batido no chão da intolerância

Finalmente,como um golpe de misericórdia

De quem "nunca" teve pecados, atiraram-no

Uma única e última pedra,símbolo da discórdia.

Foi aí que os sons da cidade emanaram

Ainda mais fortes, confundindo-se com o vazio

Do silêncio, porque o silêncio era o desvairio

Único que Ele dizia...Adormeceu então tendo como esquife

Uma cama de sangue que as pedras inundara no solo do Recife.

Suas humildes vestes eram de um humilde ladrão pobre,

E "incompetente".

Pois se lhe favorecesse a "competência" de

[um nobre

Ao invés de roupas esfarrapas,

ele usaria terno e gravata

[ e sem lamento

Habitaria palácios,congressos e comeria Pizza

[no final do julgamento.

Corre!Corre! Pega!Pega!

Samantha Medina
Enviado por Samantha Medina em 15/04/2006
Reeditado em 26/11/2007
Código do texto: T139682
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