A B O R T O ! ? ...

Porque me falastes?

Acusaste-me,

grávida eu estou

e não quero

que meu lindo corpo

se transforme

em nome de um simples amor!

pois feia, eu vou ficar,

e como poderei minhas belas roupas

neste manequim colocar?

Ainda mais, assim,

como poderei com minhas amigas,

pelas ruas de Torres passear?

Não, não quero,

é melhor abortar,

depois, quando mais velha,

que ninguém mais me desejar

outro filho poderei lhe dar.

Seu desejo, meu desespero,

como lhe convencer, que ele,

é a maior benção de Deus,

e mais tarde, por castigo

não poderás engravidar...

Então, solitária e humilhada,

lágrimas amargas derramarás

porque eu, neste dia,

ao seu lado não vou estar,

e a mãe, que hoje, não queres ser,

pelo criador, nunca mais

seja lhe dada a oportunidade.

Findarás os dias tristonha,

chorando pelo filho que matastes

apenas, por querer

viver as suas futilidades.

Sofrerás terríveis tormentos,

lembrando do feto, vivo, em seu ventre

do filho querido que assassinastes,

implorarás a todas as santidades,

pedindo perdão pelo seu pecado.

Definharás lentamente, lembrando,

como foi inútil e tola a sua vaidade.

Em um lampejo, lembrarás de mim,

no pai, que não me deixaste ser,

enlouquecerás, angustiada,

gritando aos céus, que agora,

você queria ser, mais uma mãe,

pelo Senhor abençoada.

Pare, ainda há tempo.

Elio Moreira
Enviado por Elio Moreira em 19/01/2009
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