NO CAIR DAS FOLHAS

Eu posso até tremer,

mas, eu não temo o frio.

Eu sou filho de junho,

e por isso nas estrelas

de um céu infinito eu posso ver:

Que renascem os sonhos num tempo de paz.

Que recriam as fantasias, asas a imaginação.

Que relêem os escritos em defesa do pão.

Eu posso até me queixar,

mas, eu não temo o frio.

Eu sou filho do outono,

e nas folhas caídas

eu posso lembrar:

Um amor eterno-retorno que não se satisfaz e vai.

Um carinho na alma que embala os sonhos e não trai.

Um abraço fraterno aos viventes… motiva a paz.

Eu posso até querer outra estação,

mas, enquanto houver luz… eu serei os muitos,

a me fazer mutirão, a trazer a idéia,

reconquista das trincheiras perdidas… e porque:

Anunciam quarteladas, sirenes e gritos nas praças.

Desviam a réstia que pela porta, soçobra.

Impedem um caminho de consciência e partilha.

Serei mais que um. E se tiver caminho, seguirei.

A pedir conselhos, esmolas nas ruas.

Eu sou filho do vento, do outono e do frio,

e por calafrio algum… entregarei minha’lma.

(*) Publicada na Antologia poética "Encontros de primavera" - 2007

William Wollinger Brenuvida
Enviado por William Wollinger Brenuvida em 18/01/2009
Código do texto: T1391845