COMPRAS
Hoje eu saí
Fui comprar roupa
E guarda-roupa
E cueca
E sapato
E meia.
Não esqueci
Das camisas
De gola
E de malha,
Camiseta
E calção.
Comprei tudo
À prestação!
Foi de cheque.
Pra minha vó
Dei um leque
Que foi tão caro
Foi pros outros
Não foi pra mim.
Dei um cheque
Só pré-datado
Pouco fundo
Já esgotado
O meu limite
Pelo banco
Que vive olhando
A minha conta
E o meu saldo
Já no vermelho
Não têm espelho
Pra olhar pra si
Que a surrupiar
Do meu extrato
Pelo contrato
Sua tarifa
Como uma rifa
E cobra muito
Pelo talão.
Das minhas compras
Eu me lembrei
Vão me atolar
Precipitei
Sou brasileiro
Que ganha pouco
E como louco
Gasta o que não tem
Num cinturão
Também comprado
Com meu trocado
E sem pagar
Vou me enforcar.
Melhor seria
Se bem pensado
Lá num cofrinho
Daqueles de porquinho
O meu trocado
Tivesse guardado
E um futuro
Tão bem distante
Viver folgado
Com os rendimentos
De juros às pampas
E ficar rico
E nem olhar
Pros preços das coisas
Que coisa de pobre
Olhar o preço das coisas!
E conferir
E comparar
Depois sacar
Da minha poupança
Meus dividendos
Do capital
Encher a pança
Gastar de novo
Com Sonrisal
E o que sobrar
No banco guardar
Pra render juros
E ficar rico
E endoidecer
Com meio por cento
De todo mês
Que os meus trocados
Se vão render
Pra quê comprar?
A tal da roupa
E o guarda-roupa
Pra quê guardar
Minha cueca
Sapato e tênis
Meia e camisa
Pois é melhor
Guardar dinheiro
E ficar louco
Rasgar dinheiro
Pra quê guardar?
Vá que eu não pague
Cheque sem fundo
Então meu mundo
Vai desabar
E vou morrer
Tão triste e pobre
Eu que era nobre
Hoje estou de porre
Pois consegui
Comprar
Coisas que vão
Como o cinturão
Me enforcar
DE DÍVIDA!
Hoje eu saí
Fui comprar roupa
E guarda-roupa
E cueca
E sapato
E meia.
Não esqueci
Das camisas
De gola
E de malha,
Camiseta
E calção.
Comprei tudo
À prestação!
Foi de cheque.
Pra minha vó
Dei um leque
Que foi tão caro
Foi pros outros
Não foi pra mim.
Dei um cheque
Só pré-datado
Pouco fundo
Já esgotado
O meu limite
Pelo banco
Que vive olhando
A minha conta
E o meu saldo
Já no vermelho
Não têm espelho
Pra olhar pra si
Que a surrupiar
Do meu extrato
Pelo contrato
Sua tarifa
Como uma rifa
E cobra muito
Pelo talão.
Das minhas compras
Eu me lembrei
Vão me atolar
Precipitei
Sou brasileiro
Que ganha pouco
E como louco
Gasta o que não tem
Num cinturão
Também comprado
Com meu trocado
E sem pagar
Vou me enforcar.
Melhor seria
Se bem pensado
Lá num cofrinho
Daqueles de porquinho
O meu trocado
Tivesse guardado
E um futuro
Tão bem distante
Viver folgado
Com os rendimentos
De juros às pampas
E ficar rico
E nem olhar
Pros preços das coisas
Que coisa de pobre
Olhar o preço das coisas!
E conferir
E comparar
Depois sacar
Da minha poupança
Meus dividendos
Do capital
Encher a pança
Gastar de novo
Com Sonrisal
E o que sobrar
No banco guardar
Pra render juros
E ficar rico
E endoidecer
Com meio por cento
De todo mês
Que os meus trocados
Se vão render
Pra quê comprar?
A tal da roupa
E o guarda-roupa
Pra quê guardar
Minha cueca
Sapato e tênis
Meia e camisa
Pois é melhor
Guardar dinheiro
E ficar louco
Rasgar dinheiro
Pra quê guardar?
Vá que eu não pague
Cheque sem fundo
Então meu mundo
Vai desabar
E vou morrer
Tão triste e pobre
Eu que era nobre
Hoje estou de porre
Pois consegui
Comprar
Coisas que vão
Como o cinturão
Me enforcar
DE DÍVIDA!