Precisão de Parar e Deixar
Eu queria a imagem de toda vida
exúbere imagem completa e repleta
em seus componentes.
Queria a estrela tranquila
dormindo na minha noite.
Queria o leite em todos os bicos e mamadeiras.
Queria a infância em todos os galhos frutiferados.
Eu queria a imagem palpável,
sem nenhuma descrição.
Eu queria a imagem já integrada e despercebida.
Eu queria estar falando o óbvio, o cotidiano.
Eu queria estar viva em coletividade.
Eu queria nascer ou renascer
deste nada ou desta morte.
Eu não queria ser um fantasma falante.
Mas tudo está contido em universos infinitesimais
em cândidos sorrisos que muito poucos olhos veem.
Está contido no meu pressentimento
e nas verdadeiras esperanças de todos.
Mantém-se em pausas que dínamos ferozes escondem.
Está nesta precisão de parar e deixar
que carece de todo poder de convicção de todos nós.