PARA SER ESTADISTA
Pega-se qualquer truão
(de preferência à solta),
dá-se-lhe um plastrão
e um canudo de papel.
Há que ter à vista,
no anular da mão,
aquele indefectível anel.
Aí, ele sobe à tribuna,
endireita a gravata,
escancara o bocão
e chispa bravata
aos quatro cantos
do vento.
Depois, é só esperar
os prodígios do voto
à sombra das tetas
do Parlamento.
Fort., 08/01/2009.