PARA SER ESTADISTA

Pega-se qualquer truão

(de preferência à solta),

dá-se-lhe um plastrão

e um canudo de papel.

Há que ter à vista,

no anular da mão,

aquele indefectível anel.

Aí, ele sobe à tribuna,

endireita a gravata,

escancara o bocão

e chispa bravata

aos quatro cantos

do vento.

Depois, é só esperar

os prodígios do voto

à sombra das tetas

do Parlamento.

Fort., 08/01/2009.

Gomes da Silveira
Enviado por Gomes da Silveira em 08/01/2009
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