Garoto de Rua
Garoto de rua chora
Lagrimas petrificadas
A lhe sangrar as horas.
Ele não tem ódio,
Somente dor
E mais uns dias sombrios.
Assim mesmo, espera
Que uma noite piedosa venha
E ele possa esquecer
Que o amanhã existe,
Que ele é um sonho mal feito
Num domingo de chuva.
Uma vez desejou
Presenciar conversas que nunca ouviu,
Beber o vinho das capas de revista.
Garoto solitário,
Costura de velhos retalhos,
Não sabe diferenciar a vida da morte,
Dois caminhos iguais
que lhe apertam o coração.