A prenhez do meu destino
Pensamentos florescem no meu espírito
como ramos da videira que eu parti
E eu que já caminhei sucintamente
compreendo a prenhez do meu destino
retomo o cálice e já não calo meus momentos
Sei que não pretendo a labuta, jamais
meu tempo não tem emprego
meu lema é o bel-prazer
Mas sofro em surdina a diuturnidade
que a prole quer viver em sociedade
Que jeito o que eu rejeito?
Se já sei minha trajetória
Já escolhi o que me pertence nesta vida
Se é pra lá que eu vou?
Abrir, criar mundos para além do que me caça
Imaginá-los e erguê-los aqui e agora,
cumprir a tarefa para a qual me designei
Há tantos sonhos belos para decifrar
Há tantas paisagens onde eu possa pousar um cadinho
Há planos e mais planos de existência
onde a carne e a mente podem celebrar a felicidade
A despeito da mágoa e do tormento
Apesar das estreitas trilhas a que impelem nossos pés
Um dia eu quis ser pássaro
para poder voar...
out./90