Carnaval

Um sonho de cores impermeáveis

A alta tensão de uma energia sólida

Onde o tempo se esconde e grita

Ao termino da dor que suplica

Mas o sonho não é eterno

Quando viras a cabeça não sente

Que o pouco de vida que resta

Pode despedir-se dos inocentes

Pois a farta alegria pode passar fome

E sorrisos translúcidos se embebedarem

Num show que a vida se descontrola

No mundo dos sons e das imagens

Na festa que a carne encanta

Não se escuta a voz do outro dia

A dança pode não ter volta

No ritmo que move a orgia

Quem nunca viu uma genitália

Pode ter uma chance de ouro

Pois a censura é fantasia

Que engana a fissura dos tolos

Mas o chique colorido da festa

Pode reverter-se a um básico preto e branco

A qual a cinderela perde o sapatinho

E que a vida perde o encanto

Um estalo de dedos é suficiente

Para a festa terminar mais cedo

E feliz daquele que pode falar

Vão-se os anéis e ficam os dedos.

Igor Cruz
Enviado por Igor Cruz em 28/12/2008
Reeditado em 28/12/2008
Código do texto: T1355798
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