Carnaval
Um sonho de cores impermeáveis
A alta tensão de uma energia sólida
Onde o tempo se esconde e grita
Ao termino da dor que suplica
Mas o sonho não é eterno
Quando viras a cabeça não sente
Que o pouco de vida que resta
Pode despedir-se dos inocentes
Pois a farta alegria pode passar fome
E sorrisos translúcidos se embebedarem
Num show que a vida se descontrola
No mundo dos sons e das imagens
Na festa que a carne encanta
Não se escuta a voz do outro dia
A dança pode não ter volta
No ritmo que move a orgia
Quem nunca viu uma genitália
Pode ter uma chance de ouro
Pois a censura é fantasia
Que engana a fissura dos tolos
Mas o chique colorido da festa
Pode reverter-se a um básico preto e branco
A qual a cinderela perde o sapatinho
E que a vida perde o encanto
Um estalo de dedos é suficiente
Para a festa terminar mais cedo
E feliz daquele que pode falar
Vão-se os anéis e ficam os dedos.