Aquarela inóspita

Aquarela inóspita

Lavam o chão com as mãos

grupos de acorrentados

seguindo à civilização

cantam as insanidades

dos semeadores da fome.

Na estrada dos sonhos perdidos

debique decaem sobre as mulheres,

velhos raquíticos morrem

crianças são violadas.

Engaiolada negritude ontem

subordinados negros hoje

me curvo no mundo afro

pretos,pobres,descalços

Zumbis,filhos de Deus!

Ignomínia esconde as nossas raízes

a cratera não cicatriza

resta a flor miscigenada

prima da for de Hiroshima

semente Afro-Brasil

debulho as dores africanas

eu choro as dores do mundo. (Érika Renata)

erikapoetisa
Enviado por erikapoetisa em 27/12/2008
Código do texto: T1355723
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