Silêncio – Sirene!
Quem dera que esse silêncio,
rompido apenas pelos sons dos grilos,
dos pássaros e pintos perdidos,
fosse o silêncio do resto do mundo .
Quem dera que esse silêncio
também só fosse rompido por sorrisos,
por cantos, por estalidos de apaixonados beijos.
Que bom que o silêncio deste lugar
não me faz esquecer dos barulhos do mundo lá fora.
Dos choros das crianças famintas.
Dos roncos dos trabalhadores cansados.
Dos gritos das mulheres agredidas.
Do clamor da terra por respeito.
Que bom que nem mesmo o silêncio desse lugar me faz esquecer as minhas tarefas. “Não se deixar cooptar. Não se deixar esmagar. Lutar sempre!”
Ângela Pereira.
23 de dezembro de 2008.