Prostituta

Você se veste bem,

mas tão bem, que a

Rainha de Sabá se

sentiria nua em sua frente.

Sua beleza embasbacaria os

anjos que estão acostumados

a verem a face de belezas

infinitas de Deus.

Seu corpo é tão apetecível,

como um pedaço de carne

suculenta é para um

leão faminto.

Sua voz é doce como o vinho,

e dez mil vezes mais

embriagante que ele.

Você galga as pedras nuas

como se desfilasse em

nuvens de ternura e suavidade.

Sua moral é irrepreensível

diante de todos os olhos que

procuram desvendar

alguma mácula.

Casada e aparentemente feliz.

Não consta em tua ficha traições,

ou qualquer atitude promíscua.

Mas na verdade você é

uma prostituta.

Uma prostituta que não

se vende por hora, mas

por uma vida inteira.

Pois o casamento é

um bordel de uma puta só.

A família que queres

constituir, é apenas um

conjunto de escravos que

só tem um senhor que é

seu marido, aquele bosta,

que te comprou com as

misérias que tem.

E dia após dia, você

dando sem vontade.

Mais miserável que as mais

miseráveis das vagabundas.

Perdendo o seu tempo de vida

em uma escravidão sem nome.

Em épocas longínquas você

já foi rainha, foi o fio da meada.

Amava quem queria.

Era amada por todos.

Livre, sem recriminações e

sem gel para lubrificar o que

a rotina resseca.

Voltemos à babárie,

digo mais,

voltemos à selvageria.

Onde eramos homens e

não vermes que

nascem, crescem, se reproduzem

e morrem, somente para

comer e cagar heranças.

Felipe Duque
Enviado por Felipe Duque em 12/12/2008
Código do texto: T1332244
Copyright © 2008. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.