A seca e o nordestino

Um sol escaldante
A seca que pelo tempo se estende.
Um rosto cansado, acabado
Mas já acostumado com miséria
Pois, quando tamanha
Com ela se aprende a conviver.

É assim; não precisaria ser assim
Mas fazer o que!
Se quem precisa ver
E pode algo fazer
Finge não enxergar
Ou quem sabe talvez
Tenha também acostumado
Ver cenas de fome
Que já não mais se comove.
Com o povo a sofrer.

No céu está a esperança
Que o tempo consome
Uma fé e devoção
Que somente algo pode acontecer
Se Deus dele compadecer
E fazer do céu água descer,
Porque dos homens!
Pouco se pode esperar
Apenas em tempos de eleição
Aparecerem lá no sertão
Com carros pipas
E promessas fingidas.