a caminhada
A CAMINHADA.
No meio da rua o lixo.
O urubu dividindo
Espaço com meninos,
Que descalços procuravam,
Resto de comida passada
Ou algo para venderem.
Da. uma pena danada,
Não tem o que comer,
Crianças amareladas.
Carros passam na avenida,
Poluindo a atmosfera,
Que ansiosa espera
Solução para o problema,
Tantas crianças pequenas,
Sem comida sem escola
Ali perto cheiram cola,
Cadê as autoridades!
Vir uma bela morena,
Debruçada na janela,
Um homem com duas feras,
Segurando na corrente,
As marcas da enchente,
Lá no rio cachoeira,
Na subida da ladeira,
Vir uma mulher valente,
Que batia no marido.
A criança da escola,
Passar feliz brincando,
O mendigo na calçada
Logo cedo a perturbar.
As mulheres correndo
Para a forma melhorar.
O rio bem poluído,
Esgoto todos os lados,
Pobre dos peixes
Morrem sulfonados,
O triste pescador,
Com olhar desolado,
Cadê as repartições!
Do município e estado,
O fim da poluição?
Do rio abandonado.
Sem vida e com medo
Padece desesperado.
Nas margens o vai e vem,
Das pessoas caminhando,
Uns para manter a forma,
Outros estão precisando,
De melhorar a saúde,
Felizes passam suando.
São muitas as amizades,
Que começaram ali,
Até casamento eu vi,
Um casal combinado.
Nas margens da cachoeira,
Muitas coisas estão rolando.
Na margem direita o shopping,
E as madames a chegar
Em carros importados,
Sem ter onde estacionar,
Do outro lado a favela,
E as crianças amarelas,
Sem pão, comida e lar.
No shopping é diferente
Saúde e alimentação,
Escola particular.
Do outra esta a massa
Sem ter aonde estudar!
Descalça no meio da praça,
Sem ninguém pra ajudar.
Do um lado bons hospitais,
E bons planos de saúde,
Do outra a juventude,
Sem uma casa pra morar,
Piscinas clube e conforto,
Tem do outro lado de lá,
Aqui tem um açude
Para o pobre mergulhar,
Faltam até hospitais,
Para a saúde voltar.
Esgoto a céu aberto
Não tem do lado de lá
Tem segurança por perto
Não tem do lado de cá,
De um lado tem policia,
Do outro as injustiças,
E o pobre pra penar!
De um lado tem proteção,
Do outro água invadindo,
De um lado o dia é lindo,
Do outro lamentação,
De quem perdeu o que tinha
Devido à inundação...
As condições subumanas
Estão do lado de cá,
Do outro só tem bacana.
Nosso dinheiro a gastar,
Ainda são tão sacanas
Que prometem ajudar,
A população não se engana,
Olhe bem em quem votar,
Para acabar o drama
Do sofrimento de cá.
De um lado os barracos
Desabando com as chuvas,
Do outros os sanguessugas,
Gastando sem ter medida,
Com os recursos que eram,
Para salvar estas vidas.
Esta foi uma visão
De uma caminhava,
Às vezes com sol queimando,
Mais forte que uma brasa,
E o papa-capim chorando,
Por que machucou a asa
Coitado do passarinho
Não pode voltar pra casa,
Para alimentar o filhotinho,
E a esposa que o aguarda,
Triste deste passarinho,
Sem pão, comida e asa.
Olho o centro cultural,
E a biblioteca vejo,
De repente olho o norte,
E vejo os relampejos,
Da chuva que vai cair,
Mas não tenho medo,
Deixo ela me molhar,
Levando o que ruim há,
Quero sentir os teus beijos.
Os bueiros entupidos,
Com tanta poluição,
Transito interrompido,
Os Carros na contramão,
Um caos total e previsto,
Meu Deus que situação!
Apenas mais um dos riscos
Não há melhora não,
Não há consciência,
De acabar a poluição.
Cadê os nossos políticos!
Os recursos dos impostos,
Acho que ainda posso,
Caminha um pouco tranqüilo
Ouvir o cantar do grilo,
Respirando ar puro,
Não sei no breve futuro,
O que vai acontecer
Do jeito que estou vendo,
A coisa ainda vai ferver,
Se não houver providencias
Paga eu paga você.
O gelo esta derretendo,
De Ilhéus o que vai ser!
Apesar de tudo
É uma as coisas boas
Você conhece pessoas,
Querem bem com saúde,
Caminham com atitude,
Pois sabe a vida amar,
Muitos corpos sarados,
Pela praça a desfilar,
Muitas mulheres lindas,
Sorrindo para malhar,
Se não fosse tão tímido,
Ia me apaixonar.
Negras loiras e morenas,
Pela calçada a andar.
Uma com olhos vede
E outra da cor do mar,
Os meninos jogam bola,
Um professor ensinando,
Ai se eu fosse criança,
Ia correndo pra lá,
Para jogar futebol
E depois te namorar.
Seja com chuva ou sol,
O bom mesmo é caminhar...
O vento leve soprando
Fica ainda mais gostoso,
A bela mulher passando
Com os cabelos soltos,
O velhinho na calçada
Lembra quando era moço
Pra paquera a mulher
Beija-lhe todo o corpo,
Hoje naquela idade,
Esta no fundo do poço.
A caminhada é vital
Para a vida inteira,
Melhora o desempenha,
Não caia nesta besteira,
De não querer caminhar
Pois a vida é passageira
E a saúde do corpo,
Tem de ser de primeira...
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