FRUTO ENJEITADO
Sou mais um fruto
dessa funesta sociedade,
preso a muros e correntes
meu pensar é liberdade.
Sigo proibido nesse mundo,
feito louco me desnudo
da obrigação de me obrigar.
Sou um cozido
de zumbidos e cornetas,
fictício embrião
de rebeldes e pernetas.
Vou gingando pelo mundo,
feito lúdico vagabundo
não me canso de sonhar.
Semelhante à alegoria,
atrativo e ousado,
sou azeite de azedume
sigo incrédulo ao passado.
Rodopiando pó no mundo
dou risadas três por uno,
sou para-choque a zombar.
Sou breu luzente,
cavaquinho desafinado,
num canoro permanente
um pensador deslumbrado.
Choro,rio e tombo nesse mundo,
canto e danço o submundo,
sou vida a pulsar.