CASTIGO DE PROMETEU
Olha aquele artista que labuta ao monte
Talhando aquela estátua ao sol ardente.
Há em seu braço um feroz abutre
Em cuja entranha o animal se nutre
Daquela arte ao sol...
É deplorável a expressão do rosto
Cravado nessa pedra em que foi posto
Aquele pobre ser...
Igual a este vejo tanta gente
Amarrada em uma pedra incandescente,
Sem poder sair...
São como a estátua que o artista molda
Preso em uma pedra pela solda
Do vício que eles têm.
E por abutre há um bando ativo
Roubando-lhes a saúde, os bens, a vida,
Até o último vintém.