REBENTOS DA VINGANÇA

Espada forjada pelo magma do sofrimento

Era assim a aziaga prole de cobiçados punhados de terra

Sertanejos.

Seus pais, pobres artífices da subsistência,

Aprisionados em brumas onipotentes de ameaça e autocracias,

Caíam nos precipícios da inaudível ressonância tépida

Ao serem alvejados por nimbos da pólvora

Fazedora de redes de balanço da sorrateira modorra eterna.

Então seus filhos, sobreviventes dos dantescos tornados de fogo,

Medravam alimentados por dilúvios do dínamo da fúria

E, ao furtar a seiva da açucena da ira

(que emantara as primogênitas presas da mais augusta clânica tragédia nordestina)

Transformavam-se também em promotores da justiça de Talião.

Sim, sob o manto da couraça da Guerra,

As caças de outrora suplantavam e ultrajavam

Os outrora soberanos Brancos Tubarões!

No entanto, houve duas caças irascíveis cujo fulgor até hoje nos Fascina:

Uma, compelia seus inimigos a bailar a valsa do diabo;

A outra, calcinava unifocalmente os caçadores e avaros com a Chama de uma insujeitável lamparina de eficiente temeridade

Ferina.

Porém, no reino da tirania solar e de atemporais susseranias,

Aqueles lendários nativos não eram najas

Tampouco irmãos da Filantropia.

Não. Eram, em verdade, flores germinadas

Do incarcomível mar de sangue derramado,

Do inglório éden da chacina!

JESSÉ BARBOSA DE OLIVEIRA

JESSÉ BARBOSA
Enviado por JESSÉ BARBOSA em 27/11/2008
Reeditado em 27/11/2008
Código do texto: T1306019
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