Dias Maus (Reescrita)

Tropecei no lixo social amontoado na esquina

Da rua da maldade onde a nossa humanidade

Com toda sorte de mão de obra mesquinha

Vem edificando para si castelos de horrores

Tramando planos que refletem fétidos amores

Contra nós mesmos criando armadilhas de morte

Com as barbas de molho na essência da crueldade

Estranho não ter nenhum corpo boiando no rio

Essa semana nenhuma criança foi achada no lixo

Tiramos tantas vidas sem dó ou lamento algum

Pai matando filhos e até mesmo o inverso disso

É estranho falar, mas matar nunca foi tão normal

E alguns até mesmo se orgulham com tudo isso

Hoje em dia não passa de mais uma rotina banal

Apenas lembro de quando isso não era sério

Quando nos assustávamos ao ver o noticiário

Agora isso tudo é tão normal para nós em ver

Que não podemos andar pelas ruas sem temer

Aqueles que deveriam cuidar de nos proteger

Valores invertidos, o errado nunca foi tão certo

Sinto saudade do tempo em que brincava na rua

Quando as pessoas demonstravam algum afeto

E que não precisávamos trancar janela alguma

Hoje saímos e não sabemos se vamos voltar

Mas no meio dessa guerra civil continuamos

Sonhando com a paz de um calmo Vilarejo

Talvez um dia as coisas venham melhorar

Como a Marisa em canção nos quis mostrar

Mas a realidade dia-a-dia é bem mais dura

Sem Deus a humanidade tende a se acabar

Saulo David
Enviado por Saulo David em 14/11/2008
Reeditado em 14/11/2008
Código do texto: T1283602
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