Dias Maus (Reescrita)
Tropecei no lixo social amontoado na esquina
Da rua da maldade onde a nossa humanidade
Com toda sorte de mão de obra mesquinha
Vem edificando para si castelos de horrores
Tramando planos que refletem fétidos amores
Contra nós mesmos criando armadilhas de morte
Com as barbas de molho na essência da crueldade
Estranho não ter nenhum corpo boiando no rio
Essa semana nenhuma criança foi achada no lixo
Tiramos tantas vidas sem dó ou lamento algum
Pai matando filhos e até mesmo o inverso disso
É estranho falar, mas matar nunca foi tão normal
E alguns até mesmo se orgulham com tudo isso
Hoje em dia não passa de mais uma rotina banal
Apenas lembro de quando isso não era sério
Quando nos assustávamos ao ver o noticiário
Agora isso tudo é tão normal para nós em ver
Que não podemos andar pelas ruas sem temer
Aqueles que deveriam cuidar de nos proteger
Valores invertidos, o errado nunca foi tão certo
Sinto saudade do tempo em que brincava na rua
Quando as pessoas demonstravam algum afeto
E que não precisávamos trancar janela alguma
Hoje saímos e não sabemos se vamos voltar
Mas no meio dessa guerra civil continuamos
Sonhando com a paz de um calmo Vilarejo
Talvez um dia as coisas venham melhorar
Como a Marisa em canção nos quis mostrar
Mas a realidade dia-a-dia é bem mais dura
Sem Deus a humanidade tende a se acabar