O SILÊNCIO DO REMANSO
O SILÊNCIO
DO REMANSO
JÁ NÃO OUÇO MAIS
O TOQUE DAS CORDEONAS
O RELINCHO DAS REDOMONAS
NAS COCHILHAS E CANHADAS
JÁ NÃO OUÇO MAIS
O CANTO DA PASSARADA
SÓ O SILÊNCIO NO REMANSO
O RONCO DO BUGIU
NEM TÃO POUCO O ASSOBIO
DO SORRO MANSO
TUDO FICOU NO PASSADO
OS RUMORES DO GADO
E O POTRO NA ESTREBARIA
A ÁGUA QUE DECIA
MANSAMENTE NAS CASCATAS
HOJE É O MUNDO DA ILUSÃO
ENVENENARAM NOSSO CHÃO
E DESTRUIRAM NOSSAS MATAS
JÁ NÃO OUÇO MAIS
O RANGER DAS CARRETAS
E A VOZ DO MEU PAI
O LEITO DO RIO URUGUAI
POR ONDE DESCIA A BALSA
COM DESTINO À URUGUAIANA
HOJE É MAU CHEIRO E LAMA
TROCARAM A BOMBACHA PELA CALÇA
OS DANOS DA GLOBALIZAÇÃO
QUE DESEMPREGOU O PEÃO
A IMFAME FATALIDADE
E A DESORDEM MUNDIAL
NA DESIGUALDADE SOCIAL
EM NOME DA MODERNIDADE.
ESCRITO EM 13/11/2008 POR
VAINER DE ÁVILA