ESMAGADOS PELO DESAMOR
ESMAGADOS PELO DESAMOR
Cabelo duro – cheinho de caspas!
Mãozinhas sujas – com pele áspera!
São algumas marcas da criança pobre
Que o dinheiro “sujo” do “poder” encobre.
São os excluídos que não têm melhora!
São os esquecidos pela vida afora!
E, em grande quantidade, vão seguindo,
Esmagados pelo desamor infindo.
Só pedem a vida – nada mais que isso!
Pois vivem da miséria – Dos restos. Do lixo.
São filhos do “nada” – e nada vão fazer
Para que, um dia, alguém possam ser.
Pois O “SER MAIOR”– com o poder nas mãos,
Esmaga-os! Deixando-os abaixo do chão!
...
Não lembra este “S E R ”, que o “ser pequenino”,
Como Ele mesmo é um SER DIVINO.
E do mesmo tamanho, sem tirar nem por,
É o esmolando e o grande Doutor.
E para que um dia se chegue ao final
Junto ao SER MAIOR - O TAO, O GLOBAL,
Teremos que estar limpos, burilados,
E que os excessos sejam aparados.
E o “ser pequenino” levará vantagem
Pois se nada teve, nada deixa à margem,
Que o faça sentir-se como perdedor
De algum bem terreno a que dê valor.
Não se prende a nada – Só à vida em si
Que nunca se acaba.Está sempre a fluir.
E desprendido de tudo, Ele chega ao FINAL
E COMEÇO DE TUDO – O CICLO VITAL.
Sem levar saudade de nada ou ninguém
Pois quem nada teve, S a u d a d e s não tem.
E assim, bem mais limpo o pobre estará,
Quando o Ponto Vital do CICLO alcançar.
E assim, ao pobre, mais fácil será,
Aparar-lhe os excessos – à sujeira limpar.
Enquanto que o rico – apegado aos bens,
Cobre-se de “lixos”, que valor não têm.
E para tirar-lhe do lixo, o fedor,
Será um trabalho d e s e s p e r a d o r
Além do que, ele não quer se deixar
Tirar-lhe os excessos que o “empobrecerá”.
Desta forma, o pobre, ao se deixar limpar,
Logo brilha tanto que chega a ofuscar
Qual ouro que, antes, já trabalhado,
Bastasse que agora fosse apenas limpado.
Enquanto que o rico, que jamais “trabalhou
Seu Ser” para a perda – perdido ficou!
E agora não quer se desvencilhar
Das coisas que estão ao seu Ser ocultar.
...
E assim vai sofrer bem mais que o pobre
Pra descobrir o Ser que a maldade cobre.
Mas um dia estarão juntinhos a Deus,
Ao TAO, ao GLOBAL, como filhos seus.
...
Pois mesmo que sigam caminhos diversos,
O Final é um só dentro do Universo.
Rosa Regis
Natal/RN – 1999.