HUMANO CURRAL
Não há precipícios nas vastas planícies da razão
O que há são os abismos da cega irracionalidade
A geografia humana é inconsistentemente nômade
E muitas vezes em manadas seguem sem direção
Projetos de vida alienadamente televisivos
Desagregação familiar via controles remotos
Com superficiais sorrisos em digitais fotos
E seguem as manadas de humanos cativos
A decadência chega às altas voltagens
Nesse futurismo bélico consumistas
De práticas pútridas e neologistas
Tudo que possa aferir dúbias vantagens
E adentra a manada o curral da hipocrisia
Para se consumirem pelo que consomem
O homem imoralizando ao próprio homem
E propagando essa medíocre paralisia
Protesto contra essa cerca ao raciocínio
Contra essa desértica terra de ideais
O aumento desses humanos currais
Contra esse antropofágico fascínio
Quem sabe assim renasça á razão
E fechem-se os currais da ignorância
Exterminando essa caótica ganância
Desse tecnológico mundo de ilusão
LEILSON LEÃO