DORAVANTE

De hoje em diante

Vou usar e abusar do cotidiano

Falarei mais do dia-a-dia do que de mim

Da dor e da alegria desta cidade

Do país, do mundo ou da comunidade

Embora partindo do meu ponto de vista

Pois sou centrada e tenho opinião

Sou poeta e sinto-me um pouco artista

Vou tentar captar e arrestar a situação

Com a empatia de quem participa

Mas eu mesma vou ficar ao fundo

Deixando os atores principais

Viverem e representarem seus papéis

Vou tecer e pintar, recortar e colar

As alegrias, as comédias e os dramas

Sentir a essência da alma humana

Apreender a intensidade do momento

Sendo verdadeira, não dona da verdade

Pois não existe a meia veracidade

Só a “mea culpa” ou coisa parecida

Já fiz o inventário da minha vida

Como se fosse uma retrospectiva

Agora olharei mais para fora de mim

Cantarei o coloquial em que me fixar

Daqui, de lá ou de qualquer lugar

Colocarei data, local e circunstância

Pretendo ampliar os horizontes

Encurtando o mundo e as distâncias

Então, acontecimentos não vão faltar!