A vida é assim?
Nas esquinas a violência espreita
A rua tornou-se inimigo número um
Sombras moram nos olhares
E brincam zombeteiras sobre mim
Afagos e abraços andam sumidos
O olho sangra a dor que a retina clica
Peito espremido entre o medo e a solidão
Tantas palavras presas na garganta
um abecedário sem coragem de chegar até o outro
Meias-palavras, meias-verdades,
meias-mentiras.
Vivemos a era do alinhavo,
do meio-viver.
Somos grades, cadeias cheias de nós mesmos.
A palavra não dita, o abraço reprimido
Barreiras in_constantes!
O vazio encontra-se e apóia-se na solidão.
Meu ouvido está cansado da TV
Tantas notícias, tristes notícias
Repetidos seqüestros, trágicas mortes
Vite e nove polegadas de festival em cores .
Tento entender , a lógica me foge
Inútil a procura por razões in_existentes.
Como entender o amor que vira morte?