Apelo do condenado

Preso entre grades e concreto

Sem direitos ou temor

Já nem sei mais o que é certo

Se sinto ódio ou amor

Humilhado sem dignidade

Condenado, sem pudor

Co-autora é a sociedade

Do crime que eu sou autor

Por falta de oportunidade, escola e o que fazer

Fui para rua da maldade, para meu pai não me bater

Diziam os populares. Olha, ai o marginal.

Cheguei a maioridade preso neste pombal

Preso e condenado sem direito a reclamar

Que em todo o meu passado cansei de implorar

Um emprego pelo amor de Deus um caderno para estudar

E o governo não me deu, meu pai me mandou me virar

Arrumei um subemprego para a vida melhorar

Meu patrão chamava “ Nego” isto é hora de chegar

Eram cinco da manhã meu horário de entrar

Porque não sabia ler muito menos multiplicar

Então eu peço ao governo, os “ Home” do lado de lá

Salve os meninos de hoje, para amanhã não vir para cá

Que este lugar é horrível, nem tem como se falar

Vejam o pouco de humanidade que existe do lado de cá

Penso e sofro dia á dia, com saudades do meu lar

Era humilde mal cabia uma cama para deitar

Mas eu entrava e saia sem Ter hora para voltar

Condenado por não ler e nem saber assinar

Assinei o que não li, escrevi sem nem saber

Me bateram, aprendi que é melhor obedecer

Condenado a ficar nem mesmo saber porque

Deus ajude este pais, e proteja eu e você.

O Arauto

antes eros

O arauto
Enviado por O arauto em 05/11/2008
Código do texto: T1268281
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