Usina
Usina, usina...
Vinhoto, Melaço, bagaço,
Indústria de açúcar de cana e do álcool...
Tirada na ponta da faca
Facão amolado do tirador de conta
Antes eram antigas matas...
Na beira do rio ou subindo um morro
Ao redor de usina é sina de um povo
Usina é referência
O homem é formiga involuntária
Universo em efervescência numa vida proletária
O horizonte é um ver de folhas
Da cana curta ou de fim de safra até o limite de visão
Queimada é limpeza suja, fogo da contradição.
A lida é só um detalhe de uma vida de lição
Da cana que corta e curte no cair da redenção
Diferentes são iguais no sexo, idade e destino.
O menino que é já velho e o velho ainda menino
Seu estado permanente, estado de estagnação...
Que adoça a vida de gente em anônima condição