RUAS TORTAS
Tarcísio R. Costa
Caminho
pelas ruastortas,Onde não se vê o fim,
Não sei aonde vou chegar...
Sigo, mesmo assim desorientado,
Nesse caminhar, vejo roseirassemrosa
E jardinssemjardineiro...
Meninos
com os olhos remelados,Descalços
, com bicho-de-pé,Todos
o tratam por “Zé”,E os lixos, poreles aproveitados...
Meninos de barrigacheia
Passam sentados no bancodetrás
Dos carrões importados...
Com
dinheiros “desviados”...
E continuo pelas ruastortas dos contrastes,
Outros
meninos jogam "bola-de-meia"...Fico pensando...
Meu
Deus, a coisa tá feia!
Comento comumtranseunte,
Ouço: - isso é normal, sempre foi assim!
De lado, umhomem sentado no meiofio,
Olhos vermelhos, embriagado...
Logo adiante uma batida de carros...
No outroquarteirão da ruatorta,
Um
grito - pega o ladrão!Um
político assustado fecha a porta...
Já
perdia a paciência...
Despertei tonto, desorientado,
Meu sonho mostrou-me a realidade
De ummundo desnivelado...
Sem
providência,Despertei tonto, desorientado,
Meu sonho mostrou-me a realidade
De um mundo desnivelado...
É o mundo da incoerência,
Do mal!
Aí
, entendi porquê da ruatorta,Ela
representava vida...
Tarcísio RibeiroCosta