RUAS TORTAS

Tarcísio R. Costa

 

Caminho

pelas ruastortas,

Onde não se vê o fim,

Não sei aonde vou chegar...

 

Sigo, mesmo assim desorientado,

Nesse caminhar, vejo roseirassemrosa

E jardinssemjardineiro...

 

Meninos

com os olhos remelados,

Descalços

, com bicho-de-pé,

Todos

o tratam por “Zé”,

E os lixos, poreles aproveitados...

 

Meninos de barrigacheia

Passam sentados no bancodetrás

Dos carrões importados...

Com

dinheiros “desviados”...

 

E continuo pelas ruastortas dos contrastes,

Outros

meninos jogam "bola-de-meia"...

Fico pensando...

Meu

Deus, a coisa tá feia!

 

Comento comumtranseunte,

Ouço: - isso é normal, sempre foi assim!

De lado, umhomem sentado no meiofio,

Olhos vermelhos, embriagado...

 

Logo adiante uma batida de carros...

No outroquarteirão da ruatorta,

Um

grito - pega o ladrão!

Um

político assustado fecha a porta...

 

perdia a paciência...

 

Despertei tonto, desorientado,

Meu sonho mostrou-me a realidade

De ummundo desnivelado...

 

Sem

providência,

Despertei tonto, desorientado,

Meu sonho mostrou-me a realidade

De um mundo desnivelado...

 

É o mundo da incoerência,

Do mal!

, entendi porquê da ruatorta,

Ela

representava vida...

 

Tarcísio RibeiroCosta

 

 

 

 

Tarcísio Ribeiro Costa
Enviado por Tarcísio Ribeiro Costa em 03/11/2008
Reeditado em 27/11/2008
Código do texto: T1263648