PARADOXO
PARADOXO
Nos portais da cidade vazia
Entram as águas, entram os peixes.
A terra outrora sêca, agora é represa.
Pessoas miúdas migram aos feixes!
Entram as águas, entram os peixes
E o sertanejo, de alma ferida,
Deixa a cidade, mortos, e a igreja.
Gente miúda, parte partida!
E o sertanejo, de alma ferida,
Retirante da gleba forçado,
Ponteia a procissão desvalida,
Sem bandeira, sem eira, marcado!
SBC-SP.05/08/2005
(por J.A.Lopes.)