HOMEM DA CASA

De manhã cedinho

Ele é o equilibrista;

O seu corpo esguio

Ele equilibra

Na árvore roliça.

Vai buscar sustento

P’rá sua família,

O homem da casa,

E só tem treze anos.

De carroça cheia

Encosta na praia

E pelo dia inteiro

A mesma batalha.

De facão na mão,

Parece um guerreiro

Empunhando a espada.

Ele é um menino e

Não lhe vi brincando,

Pois, já não há tempo;

Da casa é o homem.

De calção furado,

Andando pela praia,

Vai feliz da vida,

Vai vendendo côco:

_ Olha o côco moço!

_ Vai côco aí?

_ Olha o côco senhora!

Ele é um menino, mas,

Não lhe vi brincando,

Pois, já não há tempo,

Da casa é o homem.

Ele é um menino,

Só tem treze anos,

O homem da casa.

Jairo Borges
Enviado por Jairo Borges em 31/10/2008
Código do texto: T1257255
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