HOMEM DA CASA
De manhã cedinho
Ele é o equilibrista;
O seu corpo esguio
Ele equilibra
Na árvore roliça.
Vai buscar sustento
P’rá sua família,
O homem da casa,
E só tem treze anos.
De carroça cheia
Encosta na praia
E pelo dia inteiro
A mesma batalha.
De facão na mão,
Parece um guerreiro
Empunhando a espada.
Ele é um menino e
Não lhe vi brincando,
Pois, já não há tempo;
Da casa é o homem.
De calção furado,
Andando pela praia,
Vai feliz da vida,
Vai vendendo côco:
_ Olha o côco moço!
_ Vai côco aí?
_ Olha o côco senhora!
Ele é um menino, mas,
Não lhe vi brincando,
Pois, já não há tempo,
Da casa é o homem.
Ele é um menino,
Só tem treze anos,
O homem da casa.