Doutores
O descaso ao simples
os pés não tocam o solo
as bactérias tão humildes
seus corpos um dia em volto
O excelente é direcionado
ao perfeito ser humano
que ganhou um rolo de papel
em forma de cano
Os detentores do saber
são deuses supremos
apontam a quem pode ser
sucessores do desdenho
Ao julgar, batem o martelo
e diferem a sentença
de quem pode ser mero
plebeu da desavença
Seus olhares invasivos
destroem pensamentos
perpétuos compulsivos
empalados ao regimento
A frieza congela o cérebro
não despertam para o empírico
O que importa é o próprio ego
E a pobreza de espírito
Não vivemos no arcaísmo
Vamos, acordem! dêem-se um zoom
abandonem o passadismo
despertem e enxerguem o século vinte e um.