FUTURO PRESENTE
No século passado, fiquei eu sismado
pois o que disseram, fiquei embaralhado
O mundo doente, assim ficaria
E os meus descendentes é que sofreria
As dunas de areia, a terra cobria
E o mar que era frio se aqueceria
Espécies comuns, valorizariam
Quanto menos houvessem
mais valor teriam
Os peixes, as aves, as flores do campo
Um mundo remoto, no seu acalanto
Por vezes eu vi, por vezes senti
Por vezes o mundo não deixa mentir
Está tudo acabado, um amor trocado
Da vida por ouro, virou um esboço
Daquilo que era, agora regente
Vil mundo presente
Vil mundo contente
Coimbra, 28/10/2008